[Sem Título]

Nem sei por qual motivo ainda alimento certos sonhos. Nem sei por qual motivo ainda procuro uma faísca qualquer pra acreditar nas pessoas. As vezes, penso que devo ter um Q enorme de masoquismo sentimental.

Esperar uma ação, uma palavra, uma atitude de algumas pessoas que só deixam mais claro que nunca me darão o que eu gostaria. Que consideração não é algo que vc pode fazer surgir, é algo que ou a pessoa tem ou simplesmente não tem.

Fico a me questionar, até quando vou esperar, até quando vou suportar conviver com algo tão incerto. Será que alguns momentos que me fazem sentir especial ao lado de alguém compensam os outros momentos que ela faz com que eu me sinta tão pequena? tão nada? Tão tola?

Tenho medo de virar a página e deixar para traz algo que eu sonhava poder dar certo, ao mesmo passo que tenho medo de continuar tentado e fazer da página somente um borrão de lágrimas. Provavelmente nunca saberei o caminho certo que deveria ter tomado, mas de uma coisa eu sei, eu tentei, eu juro que tentei, que esperei, que sonhei, que fiz e faço mais do que deveria.


Momento único?

Estava aqui lembrando de quando estava a espera do ônibus, uma sombra, uma árvore filhotes de pássaros passando de galhos, cantando sobre minha cabeça uma cena, um momento que me fez sorrir por dentro. Ao lembrar disso, pensei em escrever um texto sobre aqueles momentos únicos pelos quais passamos, porém logo me veio a mente que todos os momentos são únicos. Recorro aqui ao filósofo Heráclito que disse não nos banharmos duas vezes no mesmo rio, já que nem o rio nem quem nele se banhã não são os mesmos, são momentos diferentes na existência de ambos... Pode até ser uma conclusão clichê, mas vendo por esse lado, cada momento em nossas vidas são únicos. O que fazem deles melhores ou piores são as circunstâncias, o modo como lidamos, vemos e sentimos cada um.

Fui ali e não sei se voltarei...


Que vontade de me sentir como se sente áquela que vive intensamente.

Que vontade de sair por aí, sentar ao lado de um desconhecido, conversar e dar boas risadas da janela emperrada do transporte que no leva a um mundo onde os meus desejos se encotram a minha espera.


Que vontade de amar e sentir o sentimento reciproco bater no rosto e descançar em meu peito, fazendo ele bater desconpasadamente tranquilo.


Que vontade de te arrancar de meus pensamentos mais singelos e sentimentos mais sinceros de te querer sem uma mínima perspectiva de um dia te ter.


Que vontade de tornar meus escritos sentimentos, vontades e desejos algo que possa ser jogado fora fazendo restar alguém com objetivos racionais.


Que vontade de sumir...

Que tempo bom...

Inicio aqui uma tentativa de texto cheio de vontade, vontade de falar de algo que me faz tão bem. Sinto-me até um pouco egoista , por saber que quando ela vem assim com tanta intensidade acaba por prejudicar algumas pessoas, causa prejuízo e traz o caos!
Mas é mais forte que eu e a sensação de prazer que chega em formas de gotas encharca meu eu de sonhos, desejos e sentimentos reclusos.

Devo ter aquela alma de sertanejo, aquela alma que se alegra quando ela chega e faz preencho de esperança de que bons tempos estão chegando.

Não consigo ter raiva quando ela surge do nada, nem mesmo quando me faz chegar desconjuntada e molhada no trabalho ou na aula. E quer saber? Não gosto do guarda-chuva... Gosto de senti-la batendo em meus cabelos... De senti-la escorrendo em meu rosto, braços... Sentir a roupa molhada... De ver as pessoas correndo com pastas na cabeça pra se protegerem[?], ou agarradas a livros e cadernos para salvarem seus tão preciosos papéis. Outras sorrindo e até se divertindo da situação, e tem aquelas também com suas sombrinhas quebradas, essas sempre me fazem segurar o riso. AAhhhh e tem aquelas que dividem o tão pequeno espaço de seu guarda-chuva com outra, uns são casais outros são apenas amigos, esse refletem o romantismo que a chuva me canta em seus tons mais suaves.

Aaahh... Lembrei de uma coisa que me irrita, quando chove...Mas não escrevo aqui pra falar disso.

Enfim quis aqui apenas sentir essa brisa gelada que entra pela janela e toca em minha pele enquanto digito e que me faz lembrar que estamos em período de chuva e que de alguma forma ela me preenche e me lava do vazio que me atordoa! Algumas coisas me preenchem por alguns instantes e a chuva é uma dessas coisas.

Ainda não tomei o banho de chuva que gostaria de tomar desde que começou a temporada de trovões... Espero conseguir me lavar de mim mesma antes das nuvens cinzas irem embora.

Ps.: Oi, chuva. Seja bem vinda. Não maltrate tanto aqueles que não estavam preparados para sua chegada. E obrigada pelo bem que você me faz, obrigada pela compania nestes últimos dias, sentirei sua falta quando se for.

Sentidos amargos

Em seus contatos com com o ninguém ela procurou uma conversa verdadeira, mas seus olhos se calaram e seus dedos deslizaram pelo teclado e acabaram por falarem mais depressa que qualquer pensamento acelerado.

Sua boca se fechou enquanto sua cabeça se entregou aos sentimentos de seu coração retraído, inconstante na batida mas não no que realmente sentia. Perdeu por algum tempo os sentidos das pernas que, por diversas vezes, ficaram trêmulas e dormentes, perdeu a voz que se entregou ao se esconder.

A vontade de se doar era intensa, mas não sabia o que fazer com tamanhas sensações que a dominavam. E seus sentimentos não eram perceptíveis por seus sentidos comuns, eles expeliam por seus poros e ela não sabia se alguém os notavam. Já era noite, era escuro, escuro lá fora e internamente, não via ninguém para quem pudesse choramingar o sabor amargo de se sentir opaca. Ela então se calou, cegou e adormeceu.

E a saudade, onde fica?


Fico a me indagar, se a distância falasse o que ela me contaria em seus momentos de desabafos... Não encontro assunto mais apropriado para se conversar com ela do que a saudade. Tenho medo do que ela não fala mas me mostra. E várias vezes ela já me mostrou ser impossível a distância existir sem ter ao seu lado a saudade. E como um mal necessário não há outra saída a não ser buscar, da forma mais harmoniosa, conviver com a tão impregnante saudade.

Saudade, tu que já fostes título de poema de artistas consagrados, e por mais que se tente escrever algo novo a teu respeito, não há como não recair no ponto de que saudade faz doer, mas que é sinal de que algo bom aconteceu. E então de uma certa forma, por mais que machuque e mesmo contra a vontade de não querer sentir dor, há a necessidade de sentir a pontada da saudade pra se lembrar do que não mais voltará e reviver em pensamentos o que de bom e passou.

Ahhh saudade, tu que fostes assunto tão falado em rodas de conversas, poesias, canções e corações, tu és a prova de que o não existe a felicidade plena e de que para ser feliz muitas vezes é necessário de uma pitada de dor.

E distância, tu que carregas sempre contigo a saudade não esquece de um dia ir pra longe de mim e me fazer viver novamente momentos que me farão sorrir e chorar quando tu voltares pra perto de mim.

Entre o nada e o imaginário

(Imagem Fonte: http://sometimesaki.no.sapo.pt/Imagens/Dormindo%20Geraldo%20Magela.jpg)

Entre
lençóis ela encontra seu refúgio
E o refúgio a esconde do mundo
Entre
lençóis o mundo se faz em pensamentos

Entre pensamentos ela procura por alguém
E assim alguém se faz presente
Entre pensamentos o presente se desfaz em sonhos

Entre sonhos ela fica no imaginário
E o imaginário não se concretiza
Entre sonhos ela encontra sentimentos

Entre sentimentos ela cria esperanças
E as esperanças, por vezes, a machuca
Entre sentimentos ela busca seus
lençóis

E entre seus
lençóis ela se refugia, sonha, espera, machuca...
E ela busca por ti.... mas
Entre
lençóis há apenas ela.

A música em construção

(Imagem fonte: http://www.flickr.com/photos/marta_v/2069906162/)

Era chegada a música. Chegou como que em ondas quase imperceptíveis em um tom que adentrara de surpresa, mas que a fazia estremecer.

Ao buscar um definição
encontrara um mistura de sons e silêncio
palavras que surgiam como sentimentos
Sentimentos que surgiam com palavras

Uma nova melodia significava uma nova história?
Ela não tinha certeza.
Mas havia algo que ela ouvia
E seus ouvidos não costumam mentir.

Seus ouvidos cantaram em seu mais intimo ser
Cantaram com novas notas
Ela não sabia reconhecer quais eram
Afinal ela nunca entendera essa arte

A Arte de tornar intensa as batidas do coração
De fazer o clichê entoar acordes inimagináveis
De fazê-la sonhar com a harmonia de suas confusões
De fazê-la cantar uma cantiga inacabada...

Então, que venha a canção
Que comece com música
Que termine sem fim...

Amor verdadeiro, verdadeiro amor...

(Imagem fonte: http://www.flickr.com/photos/seirenes/3034312949/)

Ao ler na música
- O verdadeiro amor espera -
Ela ficou a se perguntar
- Se era ele o seu amor verdadeiro amor -

Ela acreditava nisso fortemente
Então ela ficou a esperar
Uma espera de tempos
Tempos que não atrasam

O relógio se passa por tempo
Muitos se passam por amor
Não é nada difícil se passar
Desafio-te a ser

E nesse tempo além de números
Ela repensou, até quando nem queria pensar
Mas essa palavra sentimentada amor
Sempre a perseguia

E antes que te confudas vou explicar
Que ela resolveu inverter o que lera
onde era amor ela colocou o verdadeiro
onde era verdadeiro ela colocou o amor

Então voltando ao princípio
E chegando ao final
Ela mudou o rumo sem muito progredir
E passou a esperar pelo amor verdadeiro.

Oi, e nada nem ninguém se esconde pra sempre...

(Imagem fonte: http://www.flickr.com/photos/ovahamer/2127008460/)

Quando a janela finalmente se abriu, os olhos brilharam e o coração resolveu bater mais forte, a coragem lhe faltou. Falta de coragem não era o que se pode chamar de medo, era apenas a comodidade da ausência que não sabia se encaixar perante o novo sentimento que lhe surgira. Na tentativa de encaixar as novas sensações com as outras já existentes ela encontrou um emaranhado de bagunça que nem havia notado existir e que, por muitas vezes , recusou-se notar. Encontrou a fragilidade da criança, os sonhos de adolescentes, as expectativas de um adulto e a nostalgia de um idoso. Perdeu-se entre o querer e o não querer. Entre o que é real e imaginário. Chegou a duvidar do que já sentiu, do que sentia no momento e do que poderia vir a sentir algum dia.

Mas a janela agora estava aberta e ela não queria fechar, mas também não queria apenas ser um espectador de sua vida. Ela queria viver o que por tempos apenas via passar pelas frestas que conseguia ver pelas venezianas da velha janela enferrujada. Ela finalmente percebera que era chegada a hora de deixar plenamente em seu quarto secreto o calor do sol, o frio daquele vento de chuva, a luz refletida da lua e quem sabe algo mais que ela tanto esperava chegar, mas que nunca se deixara permitir conhecer.

Enfim, ela sabia que era o momento de viver, mesmo sem saber ao certo o que isso significava. O próximo passo seria sair da janela e ser ela a moça de semblante alegre, de olhos radiantes, de sorriso largo percebido no andar, a moça que tropeça, mas não perde o caminho. Mas ela ainda espera a coragem. E o que eu espero? Que ela não fique apenas sentada em sua confortável posição a esperar que a coragem apenas lhe surja como que de repente. Ela aprendeu que é preciso arriscar algumas vezes. E por aqui termino dizendo: “Ei, garota se estiver lendo isso eu te ordeno: levanta-te e VIVA!”

Sem rumo, sem norte ou sul... Sem nexo.


Acreditar e desacreditar, querer e não querer, sonhar e não crer, crer e não querer sonhar. Viver sem saber fazer, sem saber pensar, sem saber sentir. Sentir sem saber realizar, sem saber expressar. Expressar sem conseguir acertar, errar na tentativa de consertar. Consertar o errado e deixá-lo mais confuso dentro do espaço vazio sem nexo da procura do certo. Buscar ser o que sempre sonhou ser, mas que nunca soube o que realmente se queria se tornar. Confusão de sentimentos sem sentidos. O professor havia dito que é preciso de sentido para se fazer algo, mas essa busca de sentido por vezes parece armadilha, e se perder nessa linha torta da procura do que não sabe o que é, é fácil. Durante a busca desvia-se o caminho, e esquecer pra onde ir em apenas um piscar de olhos, é mais fácil do que persistir nele..

Os desejos, a falta do que não vive, o presente sem futuro, o passado sem história... não sabe o que quer viver, apesar de saber o que não se quer[será que sabe mesmo?]. E até mesmo o que diz não querer, por vezes, passa a procurar. E no passar dos dias tudo se confunde e tudo se resume a uma mistura de nada ou de tudo que não entende. E no final Tenta não se entender com medo de se conhecer.

Oi, quero poder ser clichê...


Eu quero um mundo novo,


...banho de chuva na praia,

...tomar sorvete em um pote de cinco litros enquanto assisto comédias românticas e filmes antigos,

...dormir no parque e acordar com uma folha da árvore caindo em meu nariz,

...fotografar expressões de pessoas comunns na ruas com uma câmera analogica, só pra revelar e ver a surpresa do que elas têm a me dizer nesse papel imortalizado,

...brincar com meu primo de 5 anos e me sentir com 4 anos,

...sentar na janela do ônibus e recordar as coisas boas que vive enquanto o vento bate em meu rosto,

...deitar no parapeito da fazenda e olha para as etrelas esperando uma estrela cair pra fazer um pedido,

...conversar com pessoas desconhecidas como se fossemos amigos de infância.

...sorrir para alguém que passa no outro ônibus,

...comer chandelle vagarosamente para sentir o sabor mais intenso,

...arrumar o guarda-roupa só pra ter o prazer de dessarrumá-lo em menos de uma semana,

...pegar um ônibus sem destino só pra observar a cidade passando pela janela.


Quero ser a menina que um dia fui, a inocência que um dia perdi,A mulher que estou me tornando.Quero o sabor que nunca senti e o que já senti quero-o novamente sentir. Quero os desejos e planos realizados, quero ser o que fui, o que sou e o que virei de ser. Quero ser eu e o melhor e pior que puder ser. Quero encontrar o pedaço que falta e me perder no vazio que não existe. Quero ser eu, mesmo sem saber o que significar ser eu.


Oi, quero ser feliz!