E a saudade, onde fica?


Fico a me indagar, se a distância falasse o que ela me contaria em seus momentos de desabafos... Não encontro assunto mais apropriado para se conversar com ela do que a saudade. Tenho medo do que ela não fala mas me mostra. E várias vezes ela já me mostrou ser impossível a distância existir sem ter ao seu lado a saudade. E como um mal necessário não há outra saída a não ser buscar, da forma mais harmoniosa, conviver com a tão impregnante saudade.

Saudade, tu que já fostes título de poema de artistas consagrados, e por mais que se tente escrever algo novo a teu respeito, não há como não recair no ponto de que saudade faz doer, mas que é sinal de que algo bom aconteceu. E então de uma certa forma, por mais que machuque e mesmo contra a vontade de não querer sentir dor, há a necessidade de sentir a pontada da saudade pra se lembrar do que não mais voltará e reviver em pensamentos o que de bom e passou.

Ahhh saudade, tu que fostes assunto tão falado em rodas de conversas, poesias, canções e corações, tu és a prova de que o não existe a felicidade plena e de que para ser feliz muitas vezes é necessário de uma pitada de dor.

E distância, tu que carregas sempre contigo a saudade não esquece de um dia ir pra longe de mim e me fazer viver novamente momentos que me farão sorrir e chorar quando tu voltares pra perto de mim.

Entre o nada e o imaginário

(Imagem Fonte: http://sometimesaki.no.sapo.pt/Imagens/Dormindo%20Geraldo%20Magela.jpg)

Entre
lençóis ela encontra seu refúgio
E o refúgio a esconde do mundo
Entre
lençóis o mundo se faz em pensamentos

Entre pensamentos ela procura por alguém
E assim alguém se faz presente
Entre pensamentos o presente se desfaz em sonhos

Entre sonhos ela fica no imaginário
E o imaginário não se concretiza
Entre sonhos ela encontra sentimentos

Entre sentimentos ela cria esperanças
E as esperanças, por vezes, a machuca
Entre sentimentos ela busca seus
lençóis

E entre seus
lençóis ela se refugia, sonha, espera, machuca...
E ela busca por ti.... mas
Entre
lençóis há apenas ela.

A música em construção

(Imagem fonte: http://www.flickr.com/photos/marta_v/2069906162/)

Era chegada a música. Chegou como que em ondas quase imperceptíveis em um tom que adentrara de surpresa, mas que a fazia estremecer.

Ao buscar um definição
encontrara um mistura de sons e silêncio
palavras que surgiam como sentimentos
Sentimentos que surgiam com palavras

Uma nova melodia significava uma nova história?
Ela não tinha certeza.
Mas havia algo que ela ouvia
E seus ouvidos não costumam mentir.

Seus ouvidos cantaram em seu mais intimo ser
Cantaram com novas notas
Ela não sabia reconhecer quais eram
Afinal ela nunca entendera essa arte

A Arte de tornar intensa as batidas do coração
De fazer o clichê entoar acordes inimagináveis
De fazê-la sonhar com a harmonia de suas confusões
De fazê-la cantar uma cantiga inacabada...

Então, que venha a canção
Que comece com música
Que termine sem fim...

Amor verdadeiro, verdadeiro amor...

(Imagem fonte: http://www.flickr.com/photos/seirenes/3034312949/)

Ao ler na música
- O verdadeiro amor espera -
Ela ficou a se perguntar
- Se era ele o seu amor verdadeiro amor -

Ela acreditava nisso fortemente
Então ela ficou a esperar
Uma espera de tempos
Tempos que não atrasam

O relógio se passa por tempo
Muitos se passam por amor
Não é nada difícil se passar
Desafio-te a ser

E nesse tempo além de números
Ela repensou, até quando nem queria pensar
Mas essa palavra sentimentada amor
Sempre a perseguia

E antes que te confudas vou explicar
Que ela resolveu inverter o que lera
onde era amor ela colocou o verdadeiro
onde era verdadeiro ela colocou o amor

Então voltando ao princípio
E chegando ao final
Ela mudou o rumo sem muito progredir
E passou a esperar pelo amor verdadeiro.

Oi, e nada nem ninguém se esconde pra sempre...

(Imagem fonte: http://www.flickr.com/photos/ovahamer/2127008460/)

Quando a janela finalmente se abriu, os olhos brilharam e o coração resolveu bater mais forte, a coragem lhe faltou. Falta de coragem não era o que se pode chamar de medo, era apenas a comodidade da ausência que não sabia se encaixar perante o novo sentimento que lhe surgira. Na tentativa de encaixar as novas sensações com as outras já existentes ela encontrou um emaranhado de bagunça que nem havia notado existir e que, por muitas vezes , recusou-se notar. Encontrou a fragilidade da criança, os sonhos de adolescentes, as expectativas de um adulto e a nostalgia de um idoso. Perdeu-se entre o querer e o não querer. Entre o que é real e imaginário. Chegou a duvidar do que já sentiu, do que sentia no momento e do que poderia vir a sentir algum dia.

Mas a janela agora estava aberta e ela não queria fechar, mas também não queria apenas ser um espectador de sua vida. Ela queria viver o que por tempos apenas via passar pelas frestas que conseguia ver pelas venezianas da velha janela enferrujada. Ela finalmente percebera que era chegada a hora de deixar plenamente em seu quarto secreto o calor do sol, o frio daquele vento de chuva, a luz refletida da lua e quem sabe algo mais que ela tanto esperava chegar, mas que nunca se deixara permitir conhecer.

Enfim, ela sabia que era o momento de viver, mesmo sem saber ao certo o que isso significava. O próximo passo seria sair da janela e ser ela a moça de semblante alegre, de olhos radiantes, de sorriso largo percebido no andar, a moça que tropeça, mas não perde o caminho. Mas ela ainda espera a coragem. E o que eu espero? Que ela não fique apenas sentada em sua confortável posição a esperar que a coragem apenas lhe surja como que de repente. Ela aprendeu que é preciso arriscar algumas vezes. E por aqui termino dizendo: “Ei, garota se estiver lendo isso eu te ordeno: levanta-te e VIVA!”